A Valorização e o Investimento no Ensino Superior

Dimensão analítica: Educação e Ciência

Título do artigo: A Valorização e o Investimento no Ensino Superior

Autor: Bruno Almeida

Filiação institucional: Mestre em Relações Internacionais, Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra

E-mail: brunoalmeida07@outlook.pt

Palavras-chave: Ensino Superior, Políticas Públicas, E-Learning

Na viragem do século XX para o século XXI observamos em Portugal uma forte aposta no ensino superior, percebendo que no início da década de noventa existe um crescimento das universidades pelo país. Esta visão está diretamente relacionada com sucessivas políticas públicas focadas no ensino superior que incentivaram à produção de conhecimento e fundação de instituições de ensino superior [1].

Todavia, a realidade de Portugal, segundo a literatura, tem acompanhado um aumento do acesso ao ensino superior e de políticas que estimulam a produção de conhecimento científico, mas que se esquecem das consequências impactantes da massificação do ensino superior, como a dificuldade de manter a qualidade do sistema de ensino, desemprego qualificado, desvalorização dos estudos superiores. Por muito que na longa duração se observe uma aposta nas instituições e no ingresso nas mesmas continuam a existir desigualdades ao acesso, necessidades de reformas estruturais nos modelos de ensino, falta de preparação dos alunos para avançar com o seu ingresso, elevadas taxas de desemprego, entre a diferença procura e oferta no mercado de trabalho, o subemprego em quadros qualificados e a baixa empregabilidade em alguns setores que vão culminando em alunos formados e sem colocação [2].

Esta realidade por parte de governos em Portugal levanta a atenção para os decisores políticos, docentes e comunidade a contribuírem de uma forma inovadora e pragmática para a modernização do ensino superior e para o seu aproveitamento, valorização no domínio social, económico e científico. O investimento em políticas públicas eficazes que canalizem investimento e ferramentas para o ensino produzir ciência e oferecer uma melhor formação, a necessidade de investir em instituições de ensino superior no interior de modo a suprimir a desigualdade ade acessos, assimetrias e respostas por parte das intuições a ligação entre as novas tecnologias e os modelos de ensino nas universidades, com um forte investimento nas modalidades e-learning que estimulem a qualidade do ensino. [3]

Nesta linha, a atenção dos governos e também das próprias instituições de ensino superior deve ser voltada para a forma de como investem no seu ensino, como modernizam as suas metodologias de educação e também de como cativam interesse para a realidade académica e de produção científica. Para tal, demonstra-se de grande importância a forma de como se comunica a ciências, mas também de como as instituições interagem com a sociedade. A necessidade de responder aos desafios que surgem em torno da academia, como a falta de financiamento para investigação, baixo nível de internacionalização, precariedade na ligação mercado do trabalho e formação, mas, também, a forma de como devem reagir às diferentes lideranças que vão surgindo nos órgãos de decisão política são linhas fundamentais para o sucesso dos ensinos superiores. [4]

Na óptica das metodologias de ensino, o e-learning apresenta-se como uma resposta mais robusta uma vez que une a dimensão do ensino com novas tecnologias e mais singularizado, levando os estudantes a atingir uma melhor organização, resultados na dinâmica de estudo [5]. Todavia, ainda existem entraves económicos e de desempenho, como os custos das infraestruturas tecnológicas, a interação limitada na aprendizagem desigualdade e falhas na avaliação, acompanhamento e feedback do modelo e-learning, que colocam Portugal num patamar distinto dos restantes países europeus. As dimensões de investimento e de execução de financiamentos e políticas públicas levam a várias dificuldades no processo de otimização do ensino superior [6].

O trabalho entre a valorização do ensino e o seu aperfeiçoamento está ligado a um debate entre a universidade que contempla o ensino científico, mas também a componente empresarial, de modo a responder às necessidades de uma sociedade cada vez mias global, e de conhecimento. A essência do ensino superior apresenta-se como um conceito a debate e reflexão sociológica, uma vez que existe esta necessidade de união entre a realidade de academia e mundo laboral para uma melhor reposta aos desafios sociais e ao modelo de ensino [7].

Por fim, denotar a relevância que o ensino superior tem na formação de jovens que podem contribuir para o melhor funcionamento da sociedade, uma sociedade mais justa e equilibrada, que tenha a ciência a seu favor. Para isso, é necessário unir esforços de modo a melhorar, inovar e investir na qualidade e ferramentas de educação no ensino superior em Portugal.

Notas:

[1] Rodrigues, M. L., & Heitor, M. (2015). 40 Anos de Políticas de Ciência e Ensino Superior em Portugal. Coimbra, Almedina.

[2] Rodrigues, M. L. (2017). Políticas públicas de ensino superior em Portugal (1911-2011). In Organización de Estados Iberoamericanos (OEI) (Ed.), La universidad reformada: Hacia el centenário de la reforma universitaria de 1918. Buenos Aires: EUDEBA. (http://hdl.handle.net/10071/28358)

[3] Fernandes, J. M. S. R. (2010). O impacto económico das instituições do ensino superior no desenvolvimento regional: o caso do Instituto Politécnico de Bragança. Disponível em https://hdl.handle.net/1822/10535.

Cardoso, E. L., Pimenta, P., & Pereira, D. C. (2008). Adoção de uma plataforma de e-learning nas instituições do ensino superior-modelo de processo. Disponível em https://repositorio.ucp.pt/bitstream/10400.14/18615/4/n9a09.pdf

[4] Almeida, L. S., & Vasconcelos, R. (2008). Ensino superior em Portugal: Décadas de profundas exigências e transformações. Disponível em https://hdl.handle.net/1822/26572.

[5] de Carvalho, C. V., & Cardoso, E. L. (2003). O E-learning e o Ensino Superior em Portugal. Disponível em https://www.researchgate.net/profile/Carlos-Vaz-De-Carvalho/publication/323074393_O_E-Learning_e_o_Ensino_Superior_em_Portugal/links/ 5a7e0c000f7e9be137c4d47b/O-E-Learning-e-o-Ensino-Superior-em-Portugal.pdf)

[6] da Cruz, M. J. M. (2013). Financiamento do ensino superior em Portugal: Repensar o modelo em função do desempenho. Dissertação de Mestrado. Lisboa.

[7] Magalhães, A. M. (2006). A identidade do ensino superior: a educação superior e a universidade. Revista Lusófona de Educação, nº007, ULHT, Lisboa. Pp.13-40. Disponível em https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/56387/2/85663.pdf

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